In Conversation with Matthew Wood of São Paulo’s Ultra-Chic Mendes Wood DM Gallery
Descreva de forma sintetizada seu espaço/estande na SP-Arte. Alguns temas recorrentes que gostaria de ressaltar?
O Stand, de uma maneira lírica, porém sucinta, sugere um espaço para encontros entre artistas nacionais e internacionais de diferentes gerações.
Por exemplo, uma instalação do artista Adriano Costa, que tem ressonância com a poética surrealista, na experiência imediata das conjugações formais da composição com a temperatura dos tons das cores dos materiais, e contrastando com uma sobriedade quase megalítica do concreto armado da obra do artista inglês Michael Dean. Ambas confrontadas com a escultura do artista Tunga, com a colocação de suas questões formais e simbólicas, representando um terceiro ponto nesse triângulo improvável porém fascinante.
Escolha dois a quatro trabalhos que serão exibidos na feira, para uma análise mais profunda, a saber, histórias ou características que possam interessar a um ávido colecionador, ou a um visitante que queira saber mais sobre o artista e/ou a obra.
As instalações do artista Adriano Costa são muitas vezes feitas com uma musicalidade que remete à lógica da poesia surrealista, que lida com um jogo de associações em certas horas claras e outras sutis com uma extrema plasticidade possível dos objetos que ele encontra. Por muitas vezes remete ao poder do jogo para reconfigurar regras sonoras, desarticulando rotas e jogando com compassos de tempo variados para atingir um efeito rigoroso e solto.
Na SP-Arte também serão expostas obras inéditas do artista Paulo Nazareth, obras derivadas de sua caminhada de Belo Horizonte, Brasil até Nova York, EUA. Através de todo o seu trabalho gestos simples mas fortes são usados para evocar a memória histórica, bem como para destacar as tensões sociais e econômicas e a luta de classes - tensões especialmente aparentes para ele no Brasil e, mais amplamente, na América do Sul. Paulo Nazareth freqüentemente combina noções de justiça social e de resistência com uma dose de absurdo – ressaltando as armadilhas que aguardam aqueles que acreditam no progresso como um processo mecânico versus um processo holístico.
Descreva-nos em cinco etapas (ou menos) o cronograma de sua carreira no mundo das artes, desde o seu primeiro emprego até a abertura de sua galeria. Qual a experiência ou lição mais relevante desta época que influenciou a forma como foi criado o seu próprio espaço? Qual a sua missão como galerista?
1 - Formação em Filosofia, pela Universidade de Paris, com foco em história da arte.
2- Abertura do JACA, programa de residência artística em Minas Gerais, onde fui co-diretor.
3 - Abertura da Mendes Wood DM com os sócios Pedro Mendes e Felipe Dmab
Quais os seus planos para o resto de 2014 para a sua galeria?
Nós temos um ano muito animado pela frente, com exposições do artista Jack Pierson, também o pintor argentino Guillermo Kuitca, artistas conceituais históricos como Lawrence Wiener, James Lee Byars e outras exposições com os artistas brasileiros Adriano Costa, Paulo Nazareth e Tunga.